terça-feira, 20 de setembro de 2011

20/09/2011 - terça-feira



6:00 h
         O sono foi profundo, não acordei nenhuma vez durante a noite. Ultimamente tem sido assim, essas leituras sobre espiritualidade têm me feito pensar em algumas coisas que me desviam dos problemas e imprevistos cotidianos. Acabo relaxando e dormindo em paz.
         Essa história de redes sociais é meio complicada, nada de muita informação pessoal no perfil, apenas o suficiente e sem fotos compartilhadas.
             Hoje minha espiritualidade vai ser Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos. Na página  que eu abrir está bom, gosto de tudo mesmo. Como uma pessoa consegue com uma linguagem tão simples ir tão fundo na minha alma? Só o doido do Fernando Pessoa mesmo!
          
             Achei essa figura aqui agora pouco :


             E sabe que ele tem razão. Esse negócio de estar fazendo esse diário está bem interessante, acabo me analisando o dia todo praticamente . . . pensando se farei coisa certa ou errada (mas isso depende muito de ponto de vista!). Afinal não quero ficar contando lorota pra mim mesma.
             
Abri nessa página :

XXVIII - Li Hoje

Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.
Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.

Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.

Mas flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram cousas vivas, não eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.

É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.

Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza.

XXIX - Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.

Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

         É claro que tive que dar uma viradinha de página pra ler os dois inteiros, irresistível não ir até o fim. hehe. Flores e flores e flores, vou arrumar uma orquídea hoje. São lindas.



8:52 h
         Acabei de chegar no trabalho. Tem email adoidado do pessoal do call center (dos atendentes), diversas coisinhas das quais esqueceram de dizer ontem. Sem problemas, leio tudo e acrescento nas especificações. Encheção de saco, vai ter alteração de custo. Umas coisas fugiram do escopo. Bem, sem muita enrolação que o dia vai ser curto pra fazer todo o necessário; certeza dar uma esticada além do horário normal.  blah, blah, blah. chega de papo de trabalho!! se tiver ânimo escrevo à noite.
                Ah! tinha um email da Valentina. Pediu desculpas por desligar na minha cara e disse que precisa conversar pessoalmente. Xiii, deve ser sobre o 'cara'. kkkkkk tá gostando dele!

21:52 h

         Ânimo somente pra mostrar a foto da orquídea que comprei, lindíssima!


       Só uma coisinha, aquele poema que fala de sentir como flores, etc, me ajudou no trabalho. Pra reespecificar os requisitos tive que pensar como um atendente de call center. Pelo menos me convenci de que era uma enquanto escrevia a documentação. Tomara que dê resultado!

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